Eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião

Macondo Edições, 2021.

Sobre o livro:

Há livros que nos pedem algum tipo de movimento, e outros que são não somente o próprio movimento em si, mas performam, em suas páginas, aquilo para que nos convida. Eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião, livro de estreia do poeta Vinícius Mahier, consegue unir essas duas dimensões ao se apresentar como uma viagem (no amplo sentido do termo) e também como uma catástrofe. O que vemos nesse livro é um elogio à fratura, àquela violenta operada na linguagem, e também à dos próprios gêneros literários, que se apresentam aos leitores ora como uma peça lírica e poética, ora como uma narrativa complexa e intrincada, mas, na maioria das vezes, como uma dramaturgia em várias camadas.

Tateando por referências diversas do meio literário, musical e também da nossa mídia pop televisiva, o que temos nesse volume é uma canção desesperada, e uma carta de navegação dividida em três partes: “Penúltimo ato / I stop”, que mapeia as instabilidades da queda; “Penúltimo ato / somewhere”, em que o baque se anuncia nos poemas despedaçados; e “Penúltimo ato / waiting for you”, que acena à alegria e aos seus desencontros. Confusão, catástrofe, tragédia, desastre: não há palavra que disfarce um livro de amor.

Como no famoso poema de Jorge de Lima, “O grande desastre aéreo de ontem”, a imagem do avião em pedaços e as figuras das pessoas que se desprendem dele, com suas particularidades espetaculares, criam o clima ao mesmo tempo óbvio e paradoxal da obra. Mahier parte do nosso sentimento comum da tragédia para desenhar sentimentos e situações que, por mais absurdas que pareçam à primeira leitura, são potentes justamente por serem demasiadamente humanas e brutais.

Senhoras e senhores passageiros, eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião. Tenham todos um bom final.

(Redação da editora)

Sobre a Estúdio 50:

Revista editada pela Macondo Edições, entre os anos de 2021 e 2022, como forma de promover o lançamento do mês. Na edição de julho de 2021, "Rindo do ridículo na catástrofe" traz como destaque uma entrevista de Renato Negrão com Vinícius Mahier sobre o livro "Eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião". 

Versão digital:

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Breve bibliografia

Uma estreia com sacadas luminosas. Suplemento Pernambuco. 

Zeca Camargo. Coluna ilustríssima. 

ALVES, Vítor Nogueira. Etc etc. 2022. 

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